09 novembro 2014

Seminário constrói linhas de atuação para a transição agroecológica na Bahia

Da página do MSTVoz do Movimento
Por Wesley Lima

Levantando a bandeira do desenvolvimento social e trazendo elementos para se pensar a agroecologia como modelo de produção das famílias assentadas e acampadas na Bahia foi realizado entre os dias 05 e 07 o 1º Seminário de Agroecologia do Recôncavo Baiano.

Oficina de Produção de Caldos e Compostos Orgânicos
Realizado no Assentamento Eldorado mais conhecido como Pitinga, localizado no município de Santo Amaro, o seminário cumpriu o papel de organizar os assentados do recôncavo para o processo de transição agroecológica propondo diversos espaços de debate.

De acordo com a coordenação do evento “esta atividade é produto de um trabalho coletivo iniciado aproximadamente há oito anos pela Regional Recôncavo do MST e contou com o apoio do Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA) e foi construído a partir de uma demandas reais do movimento”.

Esta atividade reuniu cerca de 150 trabalhadores Sem Terra e auxiliou também, na estruturação, regularização e manutenção das associações de agricultores dos assentamentos da região, tendo em vista à formação de cooperativas.

Oficina de Criação de Animais
Para Leonice Ferreira da direção estadual do MST muito precisa ser feito para realizar uma mudança estrutural no modelo de produzir dos trabalhadores rurais. Além disso, construir uma relação mais intima entre o camponês e a terra é um desafio que enfrentamos todos os dias.

“Sabemos que muitas vezes reproduzimos em nossos assentamentos e acampamentos o modelo de produção agrícola do agronegócio, já que fomos historicamente condicionados e ensinados a produzir utilizando defensivos químicos, queimando e desmatando a natureza. É um grande desafio que enfrentamos ao propor mudar este modelo, mas estamos aqui neste seminário para desenvolver ações pontuais que fortaleçam o debate da agroecologia e que possam realizar mudanças estruturais em nossa produção familiar”, declara Leonice. 

Programação

Com o lema “Unir. Lutar. Transformar” foram realizadas várias mesas de debate, minicursos, oficinas, painéis e diversas atividades práticas que conseguiram dialogar com os adultos, jovens e adolescentes presentes.

A programação estava repleta de atividades que fomentavam algumas questões referente ao modelo de produção do agronegócio e os processos organizativos e produtivos da agricultura familiar. 

Para isso, foram abordados temas como: a Reforma Agrária Popular e os desafios nas perspectivas da transição agroecologica; cooperativismo e poder popular; e o combate as opressões e violências;

“A programação foi pensada de acordo com algumas demandas do setor de produção, educação, comunicação, cultura e juventude, tendo como base o projeto de agroecologia que está sendo debatido pelo MST desde 2005. A nossa proposta é fortalecer este modelo e dá uma oxigenada na organização e no debate político destes setores” afirma Fidel Marx, militante e integrante da coordenação do evento. 

Além disso, o seminário contou também com diversas atividades recreativas e culturais como rodas de samba, capoeira e exercícios físicos para a terceira idade.

Desafios

Os três dias de atividade pontuou alguns desafios importantes. Primeiro, iniciar o processo de transição agroecologica nas áreas do MST. 

Segundo, debater a multiplicação do acesso às políticas de escoamento da produção a partir da cooperação e associação, por fim, se debateu a consolidação de grupos de mulheres e jovens nos assentamentos.

Para isso é dado como alternativa o trabalho coletivo e estudo técnico com base em referências produtivas que não utilizam defensivos químicos no meio ambiente.

A educadora e agricultora Rosimeire Bastos acredita que o tema agroecologia precisa ser abordado cotidianamente nas rodas de conversa, assembleias, reuniões e nas escolas, por ser uma questão de suma importância para a nossa luta, para o fortalecimento de nossa produção e principalmente para o meio ambiente.



O seminário foi uma iniciativa do MST em parceria com a Via Campesina, Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (URFB) e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).

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