Da página do MST e Voz do Movimento
Por Wesley Lima
Levantando a bandeira do desenvolvimento social e trazendo elementos para se pensar a agroecologia como modelo de produção das famílias assentadas e acampadas na Bahia foi realizado entre os dias 05 e 07 o 1º Seminário de Agroecologia do Recôncavo Baiano.
Oficina de Produção de Caldos e Compostos Orgânicos |
De acordo com a coordenação do evento “esta atividade é produto de um trabalho coletivo iniciado aproximadamente há oito anos pela Regional Recôncavo do MST e contou com o apoio do Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA) e foi construído a partir de uma demandas reais do movimento”.
Esta atividade reuniu cerca de 150 trabalhadores Sem Terra e auxiliou também, na estruturação, regularização e manutenção das associações de agricultores dos assentamentos da região, tendo em vista à formação de cooperativas.
Oficina de Criação de Animais |
“Sabemos que muitas vezes reproduzimos em nossos assentamentos e acampamentos o modelo de produção agrícola do agronegócio, já que fomos historicamente condicionados e ensinados a produzir utilizando defensivos químicos, queimando e desmatando a natureza. É um grande desafio que enfrentamos ao propor mudar este modelo, mas estamos aqui neste seminário para desenvolver ações pontuais que fortaleçam o debate da agroecologia e que possam realizar mudanças estruturais em nossa produção familiar”, declara Leonice.
Programação
Com o lema “Unir. Lutar. Transformar” foram realizadas várias mesas de debate, minicursos, oficinas, painéis e diversas atividades práticas que conseguiram dialogar com os adultos, jovens e adolescentes presentes.
A programação estava repleta de atividades que fomentavam algumas questões referente ao modelo de produção do agronegócio e os processos organizativos e produtivos da agricultura familiar.
Para isso, foram abordados temas como: a Reforma Agrária Popular e os desafios nas perspectivas da transição agroecologica; cooperativismo e poder popular; e o combate as opressões e violências;
“A programação foi pensada de acordo com algumas demandas do setor de produção, educação, comunicação, cultura e juventude, tendo como base o projeto de agroecologia que está sendo debatido pelo MST desde 2005. A nossa proposta é fortalecer este modelo e dá uma oxigenada na organização e no debate político destes setores” afirma Fidel Marx, militante e integrante da coordenação do evento.
Além disso, o seminário contou também com diversas atividades recreativas e culturais como rodas de samba, capoeira e exercícios físicos para a terceira idade.
Desafios
Os três dias de atividade pontuou alguns desafios importantes. Primeiro, iniciar o processo de transição agroecologica nas áreas do MST.
Segundo, debater a multiplicação do acesso às políticas de escoamento da produção a partir da cooperação e associação, por fim, se debateu a consolidação de grupos de mulheres e jovens nos assentamentos.
Para isso é dado como alternativa o trabalho coletivo e estudo técnico com base em referências produtivas que não utilizam defensivos químicos no meio ambiente.
A educadora e agricultora Rosimeire Bastos acredita que o tema agroecologia precisa ser abordado cotidianamente nas rodas de conversa, assembleias, reuniões e nas escolas, por ser uma questão de suma importância para a nossa luta, para o fortalecimento de nossa produção e principalmente para o meio ambiente.
O seminário foi uma iniciativa do MST em parceria com a Via Campesina, Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (URFB) e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).
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