12 junho 2015

Curso de formação reuni assentados e acampados no norte da Bahia

Da página Voz do Movimento


O Assentamento Luis Nunes, localizado em Casa Nova, norte baiano, foi palco do 2º Curso de Formação Política da Brigada Pau de Colher. 

Reunindo 30 trabalhadores Sem Terra de diversos Assentamentos e Acampamentos da região, o curso propõe debater amplamente os princípios organizativos do MST, a luta pela terra no Brasil, as relações de gênero e a participação da juventude rural nas lutas populares. 

As atividades tiveram inicio nesta ultima segunda-feira (08/6) e pretendem se estender até sábado (13/6). 

Mediando os espaços de estudo, os trabalhadores contam com o apoio do Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA), o estudante de artes Saulo Oliveira da Universidade Federal da Bahia (UFBA), dos Setores Estaduais do MST e de toda militância que algum tempo já vem desenvolvendo atividades de formação com os Sem Terra.


Para Paulo Cesar da direção estadual do MST, “estudar é um dos nossos princípios organizativos e precisa ser fortalecido e praticado cotidianamente pela nossa militância. Este curso é uma ferramenta de luta e nós trabalhadores precisamos compreender nossa realidade para se contrapor ao modelo capitalista”.

A simbologia da luta está sempre presente nas atividades através das místicas, canções, gritos de ordem, ciranda infantil, culturais e grupos de trabalho.

As tarefas coletivas, como metodologia base do curso, incentiva a prática militante e garante a troca do saber. Assim como as dinâmicas, que fomentam a participação e a unidade entre as pessoas.

De acordo com Mariana Uchôa do Coletivo NEPPA, “nossos espaços de formação e nossas lutas cumprem o papel de compartilhar vidas. Desta forma, está na hora de dizer não. Não ao latifúndio. Não as cercas. Não ao agrotóxico. Não aos transgênicos”. 

O curso está sendo mais um espaço para compreender as desigualdades sociais no território brasileiro e construir uma identidade social militante, capaz de analisar criticamente a realidade e propor mudanças significativas para toda sociedade.

Avaliando as atividades do curso, Saulo Oliveira afirma que o espaço esta sendo fundamental na construção da identidade enquanto classe. 

“A formação trouxe a tona todas as inquietações e problemáticas sociais discutidas hoje e apontou propostas para alcançar novos horizontes. Estes ciclos educacionais precisam ser constantes, é como uma fogueira que se não tiver brasa ela se apaga logo”, enfatiza Saulo. 

Já Alexandra dos Santos, do setor de formação do MST, acredita o curso é o primeiro passo para formar novos quadros dentro do nosso movimento e avançar na luta pela Reforma Agrária.

Terminando as atividades de formação, os participantes possuem a tarefa de construir novos espaços de estudo em seus Assentamentos e Acampamentos, fazendo com que o conhecimento adquirido tome maiores dimensões. 

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